Essência modificadora pode ser considerada como o ponto central do núcleo duro do comportamento humano, seria o equivalente ao Kernel dos computadores, ao que há de mais importante no pensamento humano individual, pois é dessa essência modificadora que se obtém todo o tipo de comportamento de cada indivíduo, onde tudo se esclarece, se revela, ou até mesmo possui (auto)capacidade de se complicar, de se tornar obscuro – dependendo da pessoa e da situação – aquilo que ocorre e substancia a nossa existência transformadora na Terra. Todo pensamento dualista, maniqueísta, binário, todo resultado da nossa permanência enquanto seres sobreviventes de cenários adversos seguidos de mais e mais outros cenários adversos por séculos e séculos, cenários muitas vezes contraditórios quanto a permanência da vida, seja na parte física, psíquica ou intelectual do ser humano; é tudo o que nos faz o que somos (mesmo quando não temos a menor consciência disso); da nossa eterna luta pela nossa sobrevivência como ponto principal de cada indivíduo.
Não há (ou ao menos não foi encontrada) nenhuma palavra que reflita melhor a essência humana que não seja um substantivo ou um advérbio – juntos ou isoladamente – a princípio, todos os comportamentos humanos possuem palavras opostas. Devo fazer uma ressalva ao verbo, pois este implica em algo como uma referência a um ou mais dos mesmos movimentos (similares ou idênticos); como nascer ou não-nascer, comer ou não-comer, viver ou não-viver (o oposto sempre acompanhado pelo prefixo não), por ser revelador das questões mais íntimas de um ser humano, de maneira individualizada, por princípio, neste trabalho não será contemplado o verbo como objeto de análise para este livro, por um motivo bem simples, respeitando o que diz a Bíblia – “No Início era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” – como uma referência a criação do mundo; o que certamente é anterior a essência modificadora do homem, ou seja, o que substancia e modifica um verbo não tem como ser anterior ao próprio verbo, a ação humana é uma consequência da própria existência ou de sua consciência existencial (ou mesmo independente disso). Logo não haverá aqui, neste contexto, o que se referir aos pares de opostos com relação ao verbo, nada se opõe a Deus, assim, como nada se opõe a luz, nada se opõe a vida. Ao longo do livro o leitor poderá encontrar pontos, argumentos e até discordâncias e concluir – por si mesmo, da melhor maneira possível – a respeito da questões aqui apontadas, lembrando sempre que este não é um livro de cunho religioso e nem de apelo científico, cada ser humano deve ter a liberdade e a responsabilidade de pensar o que quiser dos temas aqui propostos. O peso da própria vida e da própria liberdade deve e sempre será de responsabilidade de cada indivíduo. Não há neste trabalho a menor responsabilidade em ditar regras e nem comportamentos, mesmo que o autor o faça por simples idiossincrassismo, manifestação do ego, ou qualquer outra questão pertinente ao comportamento humano do qual ninguém está desassociado ou desimpedido.
Continua…