A Mentira não pede por mais violência, não é necessariamente isso, mas os resultados de suas ações podem se concretizar em aumento da violência. A Mentira não pede por mais riqueza, pede por mais igualdade mesmo que suas ações resultem em mais desigualdade e mais miséria, a Mentira quase sempre pede pelo o oposto de suas verdadeiras intenções. Não é à toa que a Mentira pede por mais educação, ou por mais ‘pluralidade’, ‘diversidade’, por menos radicalismos, por mais humanidade, por menos discursos de ódio, a Mentira atua dessa maneira para obter sua atenção, maior audiência, mais votos. A Mentira é por si mesma a causa e a consequência da própria incompreensão e da falta de sentido de sua própria permanência na Terra, e por isso, pede incansavelmente – às vezes aos gritos – por mais paciência com o que não é Verdadeiro, e tenta assim, de maneira deslavada, confundir os mais distraídos, embaralhar as ideias dos mais desligados quanto ao sentido da palavra e suas reais consequências, deixando assim o convencimento por meio de ideias absurdas atreladas a resultados catastróficos, de maneira dissimulada e por muitas vezes irreversível, em que tudo ocorre muito mais por seu ruído do que pelo seu conteúdo. A bem da realidade, a Mentira não suporta a Verdade!

Na antiga URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – vale ressaltar que a palavra ‘união’ é um eufemismo para ‘colonialismo compulsório’, controle ditatorial, totalitarismo, ou seja, mais uma mentira para disfarçar a realidade). Enquadramento é o termo usado pela Mentira para distorcer a Verdade, transgredir o sentido das coisas e alterar a aparência das biografias; por isso o processo de ‘enquadramento’ se transformou na ferramenta principal de expansão dos socialistas. Uma pessoa boa poderia ser transfigurada em inimiga do povo, mesmo sendo a melhor das almas do mundo (enquadramento negativo), enquanto que um carrasco poderia ser propagandeado como uma pessoa maravilhosa (enquadramento positivo), mesmo sendo o maior dos demônios, o processo de enquadramento existe para que você seja enganado. O enquadramento é a ferramenta máxima da Mentira como um tipo de filosofia da destruição.  A Mentira é uma das inúmeras facetas humanas desenvolvida desde os primórdios dos tempos mais remotos, podendo ser incorporada como um modo de vida, consciente ou inconsciente, mesmo quando não possuí um fim específico, ou simplesmente como um meio de sobrevivência em um mundo demoníaco. Mas a Verdade é que – a Mentira – independentemente de seus motivos e atributos, pode causar danos muitas vezes irrecuperáveis à vida humana.

              ‘Prever’ o passado, reescrever o passado, inventar notícias e acontecimentos falsos a fim de obter benefícios específicos, assim, a Mentira também pode ser usada para estruturar um falso acontecimento histórico, muitas vezes se utilizando de acontecimentos reais, porém, distorcendo os fatos de maneira a ajudar a sustentar um objetivo claro de distorção da realidade, uma mentira, depois outra mentira, seguida por outra mentira, e isso também ocorre por meio de relatos preconceituosos, distorções permanentes da realidade, difamações, acontecimentos descontextualizados dirigidos à pessoas específicas, nações, povos, crenças, tudo com o intuito de desumanizar o alvo a ser destruído, escondendo as realizações positivas das pessoas, ou mesmo com tentativas objetivas de destruir quem lhe cruzar o caminho. 

O termo “Lenda Negra” foi utilizado pelo escritor francês Arthur Lévy a fim de contrapor a expressão medieval de “Lenda Dourada” ou “Lenda Áurea” (uma coletânea de narrativas elogiosas a respeito de santos). Obviamente que os inimigos da Verdade é que são os responsáveis por tais difamações, muitas vezes monstruosas, feitas com o objetivo de atingir situações específicas de destruição de reputação. As técnicas russas de Desinformação podem ser definidas como um tipo determinado de metodologia agressiva de distorção da realidade semelhante ao termo de “Lenda Negra”, um tipo de Engenharia da Mentira, de sistematização do engodo. Papas já foram difamados como se fossem nazistas, conspirações já foram deflagradas, e até mesmo o absurdo de tentar culpar o próprio governo do EUA como sendo os próprios americanos os conspiradores na ação de ‘implodir’ as Torres Gêmeas em New York, no famigerado 11 de Setembro.

Por meio da prerrogativa humana de que muitas pessoas estão mais predispostas a acreditar em uma Mentira absurda do que se apoiar em uma verdade realista, os mentirosos conseguem com isso fazer com que um povo passe a torcer contra sua própria pátria, xingar seus pares, cuspir na cara de freiras, matar freiras, destruir igrejas, sem nem mesmo desconfiar que estão fazendo o jogo do inimigo e que na verdade estão abraçando o demônio acreditando que estão fazendo algo “correto”. A pátria, que em tese está acima de tudo isso, fica com sua imagem desgastada, enquanto que seus detratores passam ilesos.

A pior Mentira não é aquela que uma pessoa conta para si mesma, mas sim aquela que além de destruir a própria pessoa que está mentindo, leva junto muitas outras vidas.

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