“Existem mais palavras do que coisas!”
Não é possível afirmar com segurança de quem é essa frase, por mais que se faça pesquisas, nem mesmo pela facilidade da internet, não apareceu nada a fim de identificar o autor, se é que a frase existe da maneira que está sendo citada. Sem contar que é possível a qualquer tempo montarmos uma frase sem saber se é mesmo sua originalidade ou se é uma cópia inventada, reinventada, reprocessada e transformada, mesmo que inconscientemente. O fato é que se isso for verdadeiro, caso realmente existam mais palavras do que coisas, e eu acredito que sim, certamente a palavra – como uma invenção do homem – representa o pensamento humano por sobre uma determinada coisa, e não a coisa em si. Parece óbvio mas muita gente nunca pensou nisso. Ou seja, temos – como seres humanos pensantes – uma necessidade incrível de tentar racionalizar tudo, controlar tudo, ao menos por meio da palavra, de maneira imaginativa e quase sempre muito ilusória, tipificar tudo, nomear e definir tudo que está ou não ao nosso alcance, e para isso nos utilizamos de inúmeras ferramentas e artifícios, e um dos pontos que mais são reproduzidos são os dualismos (nem sempre opostos), talvez por nossa configuração cerebral, por causa da psiquê humana, esse tipo de pensamento binário se mostra frequente, a começar pelo uso dos antônimos e sinônimos.