Uma pessoa que vive no lado Oriental do Mundo em países como a China não possui os mesmos parâmetros de liberdade com relação aos Ocidentais, ou sequer tem algum parâmetro para os significados e a devida importância ao que de fato é ser uma pessoa livre. Uma pessoa que nasceu e vive em um lugar de opressão e “desrespeito” as liberdades, um lugar em que todos estão acostumados com determinado padrão de controle pelo Estado, uma pessoa pode se sentir “forçada” e acaba por agir da mesma maneira aceitando esse determinado “padrão” de controle como coisa normal, uma pessoa assim talvez jamais consiga entender o que é ser livre de fato; como o que acontece com a maioria das pessoas do lado do Ocidente. Pior, pode até acreditar que a realidade em que vive não é uma sociedade opressora e que a liberdade é justamente o que está vivenciando, assim acredita ser normal viver e conviver com a pessoas dentro desse mesmo conceito distorcido, enquanto recebe ordens de uma ou mais pessoas que interferem em sua vida, uma pessoa assim segue sem perceber a opressão como algo insuportável. Não é muito difícil de se concluir que o meio em que uma pessoa vive serve de referência para que essa pessoa tenha “parâmetros” de comparação contaminados por esse mesmo meio, ou seja, sem um universo de grandeza relativamente rico em variação para que se faça as devidas comparações, as conclusões certamente serão afetadas e influenciadas por esse tipo de comportamento comum desse lugar ditatorial em que a pessoa vive. Liberdade pode não ser necessariamente algo que todos estejam procurando, ou mesmo que possam acreditar que possui (mesmo que totalmente deturpados e distantes do real sentido da palavra) nada mais que um arremedo de liberdade acreditando em sua “plenitude” e “potencialidade”, mesmo que na verdade não exista ou seja muito capenga. A ilusão de liberdade não é a mesma coisa que ter liberdade plena. Ter liberdade como um ativo universal é importante para a manutenção da vida, a liberdade verdadeira pode ser algo que realmente esteja muito distante da realidade em que muitas pessoas estejam vivendo em alguns países Orientais.
Um tipo de permissão para se fazer algo errado não pode ser exatamente chamada de liberdade, a liberdade como uma manifestação do “mal” se enquadra nas ações que muita gente se utiliza como desculpa esfarrapada para fazer qualquer coisa. Se uma pessoa faz mal uso de uma arma, de quem é culpa? Obviamente de quem usa a arma. Uma arma convencional – como um simples revólver – não atira sozinha, mesmo que hoje em dia possa existir armas automatizadas, ainda assim se faz necessário que alguém realize uma programação para que essa arma faça disparos. Jamais deveríamos aceitar uma frase tão estúpida, uma observação tão sem sentido e que ainda algumas pessoas se esforçam para parecer uma frase inteligente, uma declaração assim, intencionalmente, só é mais uma das inúmeras tentativas de tirar o foco do principal para o secundário, muitas vezes sem nenhum sentido lógico a fim de transfigurar a verdade para outra coisa que normalmente não passa de narrativas falaciosas e enganosas.
Outra frase sem muito nexo é essa: “Liberdade, com responsabilidade!” – eu mesmo já cai nessa armadilha. Se é mesmo de liberdade do que estamos falando, não faz sentido nenhum tipo de gradação quanto a responsabilidade do que se faz ou não com a própria liberdade, ou seja, uma pessoa para ser de fato livre terá que ter consigo a total liberdade de ser estupida, se assim lhe convier. Terá de fato a total liberdade de não medir as consequências dos seus atos, e certamente terá que ter condições mínimas de entender que seus atos possuem consequências, para tal, deverá assumir suas reponsabilidades sem que isso seja fator de gradação ou condição para que se tenha liberdade. Afinal, ou a pessoa é livre ou não é. As responsabilidades ficam a cargo de cada indivíduo, não faz sentido alguém dizer que a liberdade de um terceiro só não é maior porque tal pessoa não possui responsabilidades. Liberdade e responsabilidade podem e devem caminhar em conjunto, mas uma não deve ser condicionante da outra.