Antes de falarmos um pouco a respeito de empreendedorismo e seus possíveis desdobramentos, podemos iniciar com uma reflexão; quem é você na “fila do pão”? Quem é você para si mesmo? Quem é você para os outros, para sua família, para seus amigos, para seus colegas de trabalho? Caso você não saiba responder a essas e outras perguntas que irão surgir ao longo do livro, melhor que você repense a sua vida antes de iniciar uma jornada que talvez não seja para você, ou porque você esteja totalmente fora do perfil, ou simplesmente porque você ainda não esteja preparado para a  vida que você imagina ser uma coisa da qual você mesmo não conhece o suficiente, ou porque você nem mesmo sabe por onde começar a fim de alcançar os patamares mínimos para poder seguir na pesada jornada de quem resolve ser o “dono do próprio nariz” (se é que isso de fato é possível). O patamar de maturidade é muito importante para quem deseja empreender, e saber ao certo qual o seu perfil de comportamento, quais seus objetivos, saber ao certo o que você deseja fazer com sua suposta liberdade que te venderam quando pessoas te diziam que o dono da empresa é livre (e você ainda acredita nesta baboseira), ou quando você acredita que o dono é o que menos trabalha, quando na maioria das vezes é o maior escravo de todos os tipos de escravidão pois não tem hora para entrar e nem para sair, não tem férias, ou quando você pensa que vai ficar rico e no fundo descobre que você é só mais campeão em adquirir dívidas, e que ter crédito no mercado não é o mesmo que ter dinheiro próprio (mesmo que obter crédito seja um dos caminhos para se chegar lá, também é uma das maiores armadilhas em ser dono de uma empresa, o excesso de crédito pode te matar), tentam te vender uma ideia em que são poucos os que conseguem muito sucesso, a maioria está a “vender a janta para pagar o almoço”. Entre outras coisas mais, como, saber que você jamais deverá agir como vítima, afinal de contas as “vítimas” da sociedade são seres abjetos que ficam esperando alguém fazer alguma coisa por elas, quando na verdade o empreendedor sabe que o mundo não te deve “porra” nenhuma, e que você vai ter que fazer tudo praticamente sozinho, que o universo inteiro não tá nem aí para a sua existência, que ninguém te deve nada só porque você “existe”. Que nada vai mudar; você existindo ou não. Que se você for do tipo que fica se justificando para tudo, se desculpando por seu insucesso, por suas rotinas que te “tiram” do seu suposto caminho de glória do qual você acredita que merece, simplesmente porque você está aqui com sua genialidade nesse mundo que não o “compreende”, acorda! Você está no exato lugar em que você se colocou. Se você pensar assim, com vitimismos e desculpismos, você nunca vai ser uma pessoa de que vai sequer conseguir chegar sozinho até a esquina. Você vai descobrir, da pior maneira, que ninguém lhe deve nada, que ninguém tem a obrigação de te ajudar, e mesmo quando isso acabar acontecendo (de você receber uma ajuda), sua postura deve ser sempre de gratidão. Não tenha dó de si mesmo, nunca! Esse é um dos piores sentimentos ou pensamentos que um ser humano pode ter com relação a sua própria pessoa, não venha com esse “papinho” de que você não merece a vida que tem, sendo que tem sido você mesmo que tem se colocado na exata situação em que você está, que o seu ponto de partida nesta jornada pode ter sido ruim, desleixado, pobre, sem conhecimento (infelizmente pode ter sido assim mesmo!), mas não se esqueça que tem sido assim com você e com milhares de outras pessoas e que sua postura frente a tais fatos é que vai determinar até onde conseguirá chegar. Tenha responsabilidade por seus atos e sua jornada vai ser mais leve, não só melhor, mas potencialmente de sucesso, assim você conseguirá aumentar em muito as suas chances. Seus conhecimentos dependem sempre muito mais de você, do que de qualquer outra pessoa, coisa ou situação. Nunca se esqueça disso!

Empreender

O empreendedor é um tipo de pessoa que não fica na corda bamba, que decide por fazer algo, que realiza uma tarefa difícil, árdua, complicada, às vezes considerada impossível para a maioria, alguém que tenta mesmo sem saber o que é ou não possível, um tipo que não desiste facilmente. O simples ato de tentar executar uma tarefa não te transforma em um empreendedor nato, mas pode ser o primeiro passo, sentir satisfação em assumir responsabilidades, resolver problemas, abrir portas, construir pontes, encontrar soluções, buscar as próprias conquistas, alcançar patamares inimagináveis, desbravar o mundo dos negócios, desenvolver possibilidades.

Você está de fato disposto a empreender? Saiba que uma das poucas coisas certas em uma empresa que está começando no mercado é que as despesas mensais fixas estão entre as únicas certezas que você poderá ter já de início, a de que logo nos primeiros dias as despesas irão acontecer, despesas por todos os lados, todos os meses. Quanto ao resto das coisas ditas “boas”? Mês-a-mês você terá que correr atrás sem nem ao menos saber se vai chegar perto de alcançar o mínimo suficiente para pagar as contas mais básicas da empresa, e assim poder manter o negócio funcionando. Sem contar as armadilhas de fluxo de caixa, falta de capital de giro, acúmulo desenfreado de despesas diversas e esporádicas, pois é mais fácil a pessoa se perder nas contas das despesas do que na formação de receitas, e ganhar algo a mais do que o necessário para manter a empresa aberta é infinitamente mais difícil do que controlar os custos, todo o mês sempre tem uma surpresa negativa, uma taxa governamental para ser paga, o aumento dos custos de algum produto, um desfalque esporádico por qualquer motivo que, se a pessoa tivesse como saber antes, não seria esporádico, nem seria desfalque, mas que infelizmente acontece com alguma frequência. Mudam os temas, os motivos, mas geralmente são sempre as despesas onde se encontram os maiores problemas, dificilmente você terá receitas extraordinárias, fora da curva, caso contrário você não teria que se preocupar tanto assim com as despesas.

O que de fato significa empreender?

Você vai ser o resumo do resultado do seu entendimento do mundo, se o seu entendimento do mundo estiver equivocado você terá ideias e comportamentos que te levarão a lugares obscuros, escuros, difíceis, se você tiver um entendimento correto do mundo, do mercado, da vida, das coisas, dos relacionamentos, você certamente terá mais chances de obter resultados de luz na sua vida (resultados de luz em uma empresa basicamente é o mesmo que falar em saúde financeira), não é o caso de pensar em auto ajuda, não é misticismo, obscurantismo, gnosticismo ou qualquer coisa que o valha, o fato é que pessoas que entendem melhor como o mundo funciona e quais são as energias que irão atrair coisas boas e te levar para lugares positivos, isso sim vai te possibilitar obter sucesso na vida de empreendedor, e que não seja apenas sucesso financeiro, mas que também ocorram outras coisas boas; sucesso financeiro, principalmente, porque não?! Sucesso na família, com os filhos, nas relações sociais, comerciais. Existem pensamentos adequados para se obter sucesso em cada coisa da vida.

Quem sou eu neste ambiente

Em qualquer tipo de relação, seja social, familiar ou comercial, devemos sempre perguntar a nós mesmos; “quem sou eu no momento desta relação?”, se for na família ou entre amigos a pergunta toma ares de importância fundamental, pois certamente estará envolvendo pessoas cuja relação afetiva extrapola as questões de trabalho. Por mais que a família dependa financeiramente de seus participantes para algumas situações corriqueiras ou emergenciais, quanto mais organizado financeiramente e quanto maior for o seu resultado financeiro, maiores serão as chances de você se tornar referência quando alguém mais próximo vier a precisar de alguma ajuda, é fato de que este tema pode ganhar um aspecto até exótico, pois não será nada difícil encontrar quem ignore completamente a família e os amigos quando o assunto for dinheiro, faz parte da luta pela própria sobrevivência que algumas pessoas de determinados perfis de empresariado que chegam a se afastar de alguns entes da própria família, conscientes, porque sempre haverá quem confunda as coisas, normalmente é o tipo que não sabe cuidar das próprias finanças que mistura os assuntos, esse é um ponto do qual não devemos nem gastar muito tempo, tampouco fazer juízo, cada um que resolva à sua maneira como lidar com o tema, não devemos nem discutir, pois o que é certo para alguns não será considerado adequado para outros, pois é pessoal, de caráter particular. Afinal, cada um deve saber qual é a melhor maneira de cuidar dos próprios interesses, porém, é reservado para que cada um decida se há ou não possibilidade de tomar uma atitude apenas de cunho materialista e inflexível quanto ao tema (família longe ou perto?!), outras questões que extrapolam as coisas materiais podem estar envolvidas, mas a família transita por outro universo do entendimento, muito particular para cada indivíduo. Cada um deve analisar com muito cuidado quando se deve ou não ajudar alguém da família, e também do ciclo de amigos, quando deve ou não ajudar uma pessoa mais próxima? É fato que existem pessoas que tiveram a oportunidade de serem ajudadas por parentes mais próximos em momentos de dificuldades financeiras, e isso sempre foi fundamental e preponderante para o desenvolvimento de tais pessoas, mas é fato de que pode ter acontecido que a pessoa que mais te ajudou financeiramente na sua vida pode ser também a pessoa que um dia decidiu que iria te dizer um sonoro “não”, talvez o não mais categórico e elucidativo que jamais poderia imaginar receber tão facilmente, ou seja, é possível ajudar as pessoas com um sim ou com um não, tudo depende do momento, do cenário, da razão, na verdade, cada um que vai decidir por si mesmo diante da própria maturidade se irá conseguir tirar bom proveito das duas situações, tanto da resposta positiva quanto da negativa.

O outro ponto importante a ser ressaltado se refere as pessoas nos círculos de negócios ou de trabalho, saber exatamente quem você é em uma “briga” pode ser de fundamental importância para a sua sobrevivência e até mesmo para a manutenção da sua existência como empresário, pior ainda como funcionário em que tudo hoje em dia ficou ainda mais efêmero, fugaz, tudo derrete tão fácil que chega a assustar até os mais desprendidos. Fazer exigências descabidas, pedidos desproporcionais, tomar atitudes que não condizem com a relação ou com o momento, levar na brincadeira o que exige muita seriedade, mesmo nos casos em que a pessoa acredita possuir importância desproporcional para empresa (ou poder imaginário superlativo da própria importância), onde de fato não existe praticamente nem um e nem o outro, tais disparidades podem fazer com que você cometa erros absurdos que, com toda certeza, irão comprometer sua posição, caso ainda seja vantajosa, poderá ruir de maneira muito rápida, certamente poderá tomar rumos desastrosos. É como se você se deixasse entrar em uma briga sem nenhuma necessidade, ou pior, sem que você tenha a menor chance de sair vencedor, logo, saber quem é você nas situações da vida, nas mínimas relações pessoais de trabalho ou de negócios, isso toma uma importância descomunal a fim de garantir seu potencial de sucesso ou de fracasso.

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