O deus da ciência, falhou. O deus do racionalismo, falhou. O deus da razão, falhou. O deus da televisão, também falhou. O deus do iluminismo, falhou. O deus do Estado, falhou. O Estado como religião, falhou. O deus da ideologia, falhou. O deus da democracia, também falhou.
O fetiche da intelligentsia continua de vento em popa, ganhou ares de verdade contingenciada por eles mesmos, ultrapassou os limites territoriais da velha União Soviética e se espalhou por todo o mundo, sobreviveu a queda do muro de Berlin, no começo da década de 1990 resistiu com algum espanto aos “novos” rumos da então mãe Rússia cuspindo “liberdade” por todos os cantos do país, quando na verdade tudo não passou de um grande jogo de cena, cortina de fumaça repleta de lama do degelo da incoerência progressista e dos psicopatas da KGB, todos ávidos por novidades vindas do “desprezível” capitalismo representante do antigo e do retrógado, os revolucionários (os verdadeiros reacionários) continuam com seus disfarces canhestros de vanguarda da modernidade, são os verdadeiros retrógados da revolução se auto proclamando de “os salvadores” do planeta. Hoje ainda há quem acredite nessas baboseiras, não posso afirmar o que diminui e o que cresceu, mas parece que o coro daqueles que despertaram do pesadelo das utopias está aumentando, cada vez mais e mais; aumentando. Exceto pelos jovens ignorantes e presunçosos que acreditam que podem saber mais vivendo menos, essa é só mais uma das inúmeras equações onde a conta não fecha, os números não batem, a coerência não dá conta de refutar tanta estupidez.
Na psique humana cada coisa tem seu lugar.
A Religião, ou melhor, o transcendental exerce seu papel fundamental na elevação da alma por meio do reconhecimento de que há muito no universo além de nós mesmos, a primeira constatação são as consequências negativas de perda da própria humanidade ao nos afastarmos dessas questões da nossa existência. De maneira brilhante Dostoiévski fez sua incursão no tema ao colocar a seguinte frase no romance “Os irmãos Karamazov” – “Se Deus não existe, tudo é permitido”. A crença em Deus nos dá os valores e normas morais para que possam entender os limites de cada pessoa no convívio social, sem isso o mundo seria uma grande carnificina desenfreada.
A Ciência como representante da inquietação humana a fim de tentar melhorar o meio em que o homem vive, porém, a mesma ciência também já foi utilizada para o mal. Com o pretexto de ser científico os sem moral e sem empatia se apropriaram das vidas alheias pondo em prática experimentos de genocídio e de extermínio. A Ciência por si só não escolhe lado, quem o faz são os homens, e quando estes rejeitam os mínimos códigos de conduta e respeito a vida, o poder científico se multiplica e se transforma em poder de destruição, domínio e poder.
As Artes possuem seu papel quase que secundário em abastecer as almas e as imaginações humanas, mantendo de maneira (nem sempre equilibrada) as necessidades psicológicas de seus entes a fim de proporcionar habilidades para pensarmos e repensarmos o mundo das maneiras mais diversas possíveis. Se a vida não for o suficiente, a arte propõe seus retoques aliviando as tensões.
O Estado como ente organizacional (em tese deveria ser) como um mecanismo de regulação e moderação das relações humanas, muitas vezes fez muito bem o papel de salvaguardar os direitos dos países livres em ter seus citadinos protegidos de guerras, gangues, arruaceiros, bárbaros, invasores, expropriadores, de diversos tipos e dimensões, por outras vezes foi o causador de todo tipo de diásporas. Acontece que tudo em que o ser humano põe suas mãos haverá sempre de existir a turma do oportunismo, do desvio, da devassidão (como uma espécie de maldição pelo nascimento da consciência). Uma ou mais pessoas, grupos de pessoas que se que utilizam dos próprios mecanismos criados a fim de serem os controladores, os planejadores, os novos deuses de plantão que se colocam como salvadores das angústias e problemas que muitas vezes eles mesmos foram os responsáveis, os inventores do caos se colocam como salvadores. Os mentirosos se colocam como os guardiões da verdade. Os assassinos se colocam como mantenedores da vida. Os estupradores da nação, os bandidos e assassinos se colocam como aqueles que irão nos proteger deles mesmos.
Se a humanidade deixar de tentar encontrar motivos pela busca do equilíbrio desses quatro pontos: Religião, Ciência, Artes e o Estado (este último infelizmente como representante da nossa incapacidade de vivermos sem um mínimo de regras e controle quanto da aplicação dessas mesmas regras sociais de respeito e convívio pacífico, caso contrário seria totalmente dispensável), permaneceremos sob o julgo de bandidos psicopatas que com palavras vazias tentam preencher nossas mentes com ideias aparentemente boas e que no fundo só causam dor e destruição, corrompendo a tudo e a todos.
Sem o devido equilíbrio destes quatro pontos, todos nós corremos o risco de perdermos nossa humanidade, nos transformaremos em animais ou mesmo em seres autômatos; sem vida, sem esperança, sem alegria e sem empatia pelo outro.
A filosofia Cristã nos dá as devidas respostas, e é o que nos permite o encontro com a temperança, tão em falta nos deuses da ciência, nos deuses da razão e da falsa religião em que se tornou o Estado.