Não é possível ter tudo nesta vida! Mas para o invejoso esta informação não serve! Não é o suficiente!
É inconcebível imaginar que exista alguém neste mundo que possa realizar todos os desejos que se passam por nossa vil existência, mesmo o homem mais rico da humanidade passa por privações, mesmo o mais rico e estravagante dos reis em algum momento da história, em seu íntimo, mesmo que jamais o tenha revelado a quem quer que seja, mesmo assim é completamente normal imaginar que em algum momento um rei desejou algo que estava além do seu alcance. É fato que, quanto maior a riqueza de uma pessoa, maiores serão as chances desta pessoa não sofrer privações de vontade com relação a coisas materiais. Até mesmo no que se refere as pessoas muito ricas, um rei da antiguidade teria menos dificuldade de ter consigo uma mulher de seu desejo, pois como imperador absoluto, ainda era possível tentar algo sem maiores consequências, porém, para os dias de hoje, tais poderes se perderam no tempo e hoje não é mais possível a realização de certos desejos sem que se corra o risco de sofrer com os desdobramentos negativos que tais atos podem gerar, por ventura, atitudes negativas podem gerar enormes problemas, no passado nem sempre uma mulher poderia se defender do assédio de um rei. O mais rico dos homens de hoje pode ter dificuldades que o dinheiro nem sempre consegue resolver; viajar para o espaço pode ser uma frustração da qual dinheiro algum pode resolver, ao menos hoje em dia ainda tem sido assim, continua existindo limites, e não estou falando de uma ‘simples’ volta ao redor da Terra.
Quando uma parcela da sociedade, ao pensar nas possibilidades quanto a questão das extravagâncias que o capitalismo permite que alguns poucos possam alcançar, como o de não se preocupar com o dia de amanhã, de ter ou não que ‘ganhar’ o sustento no dia-a-dia, por estar tão rico que nem precisaria mais trabalhar (mas mesmo assim trabalha), alguém pode fazer uma comparação com o verdadeiro absurdo de uma sociedade que pode tanto, por um lado, mas que ainda não alcançou as mínimas condições de proporcionar ao menos moradia e alimentação para todos, quando tal pessoa pensa nestas questões e faz um paralelo com as existências das grandes fortunas, acredito que seja normal sentir uma certa inquietação com relação ao tema, porém, é fato que as riquezas não se originaram do nada, e que por várias gerações homens e mulheres deram suas vidas para produzir alguma riqueza, e que é natural que a riqueza gerada deva certamente ser compartilhada com seus herdeiros, e que fique registrado, que todos estejam cientes que não existe perfeição em nada em que a humanidade coloque suas mãos.
Ao mesmo tempo, acreditar que alguém que tem mais do que você é feliz só porque tem algo que você não tem, é de uma infantilidade absurda. A religião do materialismo prega que você não é feliz porque os outros são felizes no seu lugar por questões materiais, e esses “outros mais felizes” são pessoas que possuem coisas que você não pode possuir porque eles chegaram primeiro. É óbvio que uma pessoa muito rica não está sujeita a problemas de sobrevivência como o que acontece com os mais pobres, o que não significa que o rico não possua frustrações, e é muito óbvio também que as frustrações de alguém muito rico podem parecer fúteis perto das frustrações de quem vive apenas para ganhar o pão de cada dia. A comparação aqui não deve se restringir ao tipo de frustração que cada pessoa pode ter – umas em comparação as outras – o que seria um grande absurdo, pois mesmo um simples problema para uma pessoa pode parecer um enorme problema para outras pessoas menos preparadas (o contrário também é válido). Seus problemas sempre irão transparecer serem os piores problemas de sua vida no exato momento em que estão presentes, sem necessariamente serem de fato problemas terríveis para você e para quem quer que seja, pois, a humanidade tende a viver o problema do presente como algo sempre muito superestimado com relação aos problemas do passado, assim como as dores dos outros muitas vezes são subestimadas, os outros sempre parecem se preocupar por coisas que nós mesmos não damos muita bola. É assim mesmo, areia nos olhos dos outros é refresco. Com a inveja acontece de maneira diferente, a grama do vizinho é sempre mais verde, a alegria do outro é sempre muito mais atraente que nossa própria alegria, ou seja, desdenhamos dos problemas dos outros em comparação aos nossos problemas, e superestimamos as alegrias daqueles que possuem mais coisas materiais sem nem ao menos saber nada a respeito da vida particular do ‘invejado’, não importa se é rico ou pobre, todos possuem problemas pessoais, e diante de um tipo esquizofrênico de comportamento que se refere a incapacidade de ficar feliz pelo outro, é sempre muito mais fácil invejar do que admirar.
Na verdade, é muito fácil incentivar as pessoas a sentirem inveja, é muito fácil influenciar as pessoas a sentirem ódio, é muito fácil insuflar as multidões a acreditar que não são felizes porque alguém está a lhes roubar algo que nunca possuíram, o Bem luta contra a lei da gravidade de jogar a todos para baixo. Para o invejoso existe até uma ideologia ideal, é o socialismo, que é a ideologia da inveja!
O socialismo é a ideologia dos invejosos, e que são sempre os mesmos que adoram sinalizar falsas virtudes! E aí… o que você me diz?